sexta-feira, 16 de abril de 2010

Eu queria ir pra bem longe :-


Levantou, olhou a luz que vinha pela janela mas não a abriu, caminhou pela casa, escovou os dentes, abriu a geladeira e apanhou uma fruta, tentou comer mas não conseguiu, tentou beber água e ainda que fosse estranho nem sequer a água conseguia colocar na boca, desistiu de comer, foi para sala, ligou a TV e observou a programação diária, nada que lhe agradasse, ligou o computador entrou em sites de relacionamento etc e tal, mas nada prendia sua atenção. Resolveu ligar para alguém só para dividir um pouco daquela tamanha tristeza que povoava cada célula e enquanto pensava no que falar a voz foi adormecendo no fundo da garganta por fim esqueceu todos os números que guardava na memória, procurou a agenda telefônica ou qualquer lembrete que houvesse pela casa, precisava de alguém, mas não encontrou. Deitou-se, a única coisa que sentia era a viscosidade dos lençóis e cobertores, apatia total, tentou tirar umas fotos mas não restava ânimo, tentou escrever textos novos mas não estava afim, tentou estudar um pouco mas as palavras sumiam quando os olhos passavam por elas, ia de risos à lagrimas em um segundo, adoeceu, suspeita disso, daquilo, todo mundo se preocupou, até ela – ela não. Não se sentia mal por estar daquele jeito, mas sentia que algo faltava, faltava algo para que ela tivesse vontade de continuar vivendo, um silêncio se estruturou no ambiente de forma lenta, em um desatino ficou intrigada, falta o quê? E decidiu ir atrás daquilo que ela havia perdido - talvez dentro de si.

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